Posição do PCLCP sobre as eleições municipais em Florianópolis-SC

Posição do PCLCP sobre as eleições municipais em Florianópolis-SC

O estado catarinense sempre manteve o poder oligárquico aliado aos setores da burguesia industrial, bancária e latifundiária; ou seja, temos um dos estados com maiores índices de indústrias, porém, no plano político, conservamos uma classe dominante extremamente conservadora. O governo Raimundo Colombo (PSD) representa os estratos dominantes da burguesia de nosso estado e têm seguido uma política econômica de isenção de impostos para as grandes empresas e sucateamento dos serviços públicos, principalmente com a privatização de atividades essenciais, como a saúde por meio de OS’s.

A conjuntura política em que as atuais eleições municipais ocorrem na cidade de Florianópolis expressa a polarização e o embate de classes agudizado no último período. Há anos se revezam na prefeitura de Florianópolis os representantes das oligarquias locais e regionais (Amin, Bornhausen, etc.), as vezes polarizando com personificações de uma burguesia que se consolidou mais recentemente (a exemplo de Dário Berger), mas não menos conservadora e conciliadora com as velhas estruturas de poder. Estas frações burguesas exercem o poder público à serviço da manutenção dos privilégios e interesses dos extratos dominantes, relegando a segundo, terceiro ou quarto plano os anseios e direitos da ampla maioria do povo.

O prefeito Cezar Souza Junior seguiu a mesma linha e ainda logrou radicalizar os ataques antipopulares e o favorecimento às elites. O ano de 2014 marcou a história de Florianópolis como a oficialização de um modelo privatista para o transporte público da cidade através da aprovação do Consórcio Fênix. A proposta que se dizia “inovadora” não fez mais do que agrupar todas as empresas que já mandavam e desmandavam na mobilidade urbana da cidade serem agrupadas sob um mesmo guarda-chuva. As diretrizes construídas pelas comunidades para o plano diretor foram atropeladas de maneira ditatorial pelo poder municipal. O crescimento desordenado cresce com a ausência de um planejamento voltado à um projeto de cidade humanista, popular e democrático.

Nas áreas da educação, saúde, assistência social e segurança, o que se vê é o descaso com a política pública e com as demandas reais da população, cortes de gastos em atendimentos essenciais e o favorecimento ao crescimento dos serviços privados. Relegando também à própria sorte os pescadores e maricultores, que, além de não receberem apoio e incentivo, veem cerceada sua possibilidade de construir um rancho pela imposição de leis que não se aplicam quando um grande empreendimento turístico é construído em áreas de preservação ambiental. Essa negligência se dá também com todo o patrimônio artístico, cultural e natural da cidade.

Nas eleições municipais de 2016 a candidatura de Angela Amin (PP + PSD) representa a continuidade do projeto atual vinculado às velhas oligarquias, tendo como vice o ex-reitor biônico da ditadura Rodolfo Pinto da Luz, que na eleição passada era candidato à vice na chapa de Gean Loureiro. A família Amin, que é vice do prefeito atual na figura de João Amin, se apresenta mais uma vez como cabeça de chapa, buscando iludir o povo com logros passados e maquiados advindos de uma realidade que não retornará diante da crise atual e do crescimento desordenado da cidade, realidade que não poderá ser enfrentada com um projeto que mantém todas as estruturas de poder atuais intactas. O candidato Gean Loureiro (PMDB, DEM, PSDB, PDT e outros) é a outra face da direita, do conservadorismo e do golpismo nacional, representando outra fração das elites locais. A tática do seu marketing demagógico é se apresentar como uma oposição que possui empatia com as necessidades reais do povo.

Angela Albino (PC do B + PT) se apresenta pela terceira vez e agora com menos respaldo popular. O projeto de ‘conciliação ou morte’ do PT-PC do B os afastou consideravelmente das bases da sociedade, deixando de figurar no imaginário de boa parte do povo como alternativa. O PC do B compôs a prefeitura de Cezar Souza, e no governo Colombo ocupou cargo na pessoa da própria Ângela Albino. Essa postura também contribuiu para descaracterizar sua candidatura como legítima alternativa de oposição consequente, somando isso ao desgaste do PT e seus aliados na atual conjuntura.

O projeto que defendemos para a cidade é aquele que precisa se forjar a partir de um programa que unifique o conjunto das forças populares e que tenha autonomia diante da grande burguesia e das oligarquias dominantes. É um projeto que pode se desdobrar em avanços e reformas estruturais que consolidem e ampliem direitos sociais, que fortaleçam o protagonismo popular e comunitário, e que retomem plenamente para o poder público o planejamento e as prioridades de investimento. Esse projeto precisa ser construído de maneira permanente e unitária em todas as bases da sociedade, não se restringindo somente aos processos eleitorais.

O PCLCP apoia Elson Pereira 50 para prefeito de Florianópolis

Nós do PCLCP já havíamos apoiado a candidatura de Elson Manoel Pereira (PSOL) nas eleições municipais de 2012, em que – apresentando-se como alternativa popular desvinculada dos interesses dominantes – sua votação surpreendeu, atingindo 15% dos votos, enquanto as pesquisas o davam apenas 4%. Nessas eleições de 2016 lançamos a candidatura à vereador do camarada do PCLCP Jota Costa, mediante filiação democrática à legenda do PSOL e apoiamos novamente Elson Pereira à prefeitura, cuja candidatura representa uma alternativa de oposição ao conservadorismo e ao domínio oligárquico de décadas. Vemos nessa alternativa uma possibilidade real de um mandato que seja permeável às demandas dos setores populares organizados e que rompa com os tradicionais esquemas de poder incrustados no poder público municipal.

A coligação do PSOL em Florianópolis neste ano se deu com PV e REDE. Partidos que, embora em Florianópolis sejam oposição e inexpressivos, possuem pouco compromisso ideológico e adotaram ou se somaram à diversos governos e posturas conservadoras. Nós do PCLCP, que enquanto organização autônoma não influímos nas decisões do PSOL, discordamos de alianças baseadas no pragmatismo eleitoral do tempo de TV ou viabilidade de legenda, e jamais abdicaríamos de qualquer princípio em detrimento do apoio à uma candidatura. Por outro lado, compreendemos que a candidatura do Elson (também apoiada pela Esquerda Marxista, Brigadas Populares e outros setores progressistas) é a que mais agrega as forças populares e de esquerda num projeto que pode ser tencionado a assumir posições cada vez mais avançadas.

A candidatura do PCLCP à vereador de Florianópolis: Jota Costa 50580

O camarada Jota Costa, que nessas eleições assumiu a tarefa de candidatar-se à vereador pelo PCLCP, é um manezinho da ilha que foi pescador, comerciante e posteriormente policial militar, tendo profundo vínculo com as bases do povo de Floripa. Foi fundador, junto de outros companheiros, da Associação dos Praças de Santa Catarina – APRASC, sendo também ex-presidente da entidade. Possui vasta trajetória não somente nas lutas da categoria dos praças, mas em diversos enfrentamentos da classe trabalhadora em nossa cidade, com grande ímpeto de justiça e solidariedade para com as lutas das demais categorias do povo. Sua candidatura é para nós um instrumento que deve se colocar à serviço de um programa popular a ser amadurecido no contato permanente com as demandas reais da classe trabalhadora e do povo pobre. Com coragem para mudar nos empenharemos em eleger Jota Costa e fazer um mandato que contribua, em nível local, para a construção do bloco histórico proletário e popular anti-monopolista, anti-imperialista e anti-latifundiário. Rumo ao socialismo!

Acesse o programa de Jota Costa vereador AQUI

PCLCP – SC

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