JCA: uma alternativa revolucionária para a juventude que luta em SP

JCA: uma alternativa revolucionária para a juventude que luta em SP

A Juventude Comunista Avançando, juventude do Polo Comunista Luiz Carlos Prestes (PCLCP), completa 25 anos de história em 2024 e entendemos que ano marca a consolidação da reorganização do seu primeiro núcleo de base na cidade de São Paulo, um dos principais centros políticos do país. Reconhecemos a grandeza dos nossos objetivos, que é do tamanho das tarefas do movimento comunista brasileiro e da luta pela libertação de nosso povo. Não estamos sozinhos e não somos os primeiros. Muito pelo contrário, nos constituímos a partir dos erros e acertos do movimento comunista e das experiências da classe trabalhadora. Inspirados na trajetória política e ideológica de Luiz Carlos Prestes e de tantos outros homens e mulheres comunistas, somos uma Escola de Quadros com fundamentação teórica marxista-leninista em defesa de uma estratégia socialista para a revolução brasileira.

A análise incorreta da realidade brasileira levou a esquerda socialista a cometer sucessivos erros táticos e estratégicos para a resolução dos problemas mais sentidos pela classe trabalhadora e a construção do socialismo no Brasil. Os erros estratégicos aliados à falta de vinculação orgânica com todos os “de baixo” e a base operária, levaram à desagregação do movimento comunista e à emergência de falsas alternativas sem qualquer orientação socialista, como representa hoje o Partido dos Trabalhadores. Por isso, é necessário que se formem novos dirigentes comunistas, militantes com sólida formação teórica e trabalho de base vinculado com o povo, como foram Lênin, Alexandra Kollontai, Che Guevara, Fidel Castro, José Martí, Olga Benário, Maria Aragão e Prestes. Assim, nos propomos a ser uma organização, que desde a juventude se dedique à formação de novos quadros comunistas.

Por muitas décadas, a falta destes quadros e estudos baseados no marxismo-leninismo levaram a esquerda a se iludir com a possibilidade do desenvolvimento de um capitalismo brasileiro independente do imperialismo. Mas a verdade é que o capitalismo no Brasil é desde sua origem associado e dependente do imperialismo e dos monopólios estrangeiros, principalmente yankees. Os latifúndios e monopólios (brasileiros e estrangeiros) pouco se importam com o futuro do nosso país, e não possuem qualquer compromisso com a democracia. Porque o capitalismo dependente no Brasil necessita de um Estado autocrático, recheado de componentes fascistas, por vezes mais ou menos explícitos. Liquidar a dominação imperialista seria dar um golpe de morte no capitalismo, jamais contribuir para o seu desenvolvimento (1). Os governos passam, e por alguns períodos os ventos sopram mais favoráveis ao povo, como foram os anos de governos petistas. Como diria Florestan Fernandes: “mais vale meia democracia do que democracia alguma”. Mas, não é tempo de ilusão: nem os governos Lula e Dilma, nem qualquer outro que já tivemos em nossa história, ousou sequer chegar perto de confrontar a raiz da ordem estabelecida: os latifúndios, os monopólios e o imperialismo. E é aí, onde está a origem da fome, da miséria e do desemprego que assola e oprime o povo trabalhador do Brasil.

Por isso, a defesa da estratégia socialista para a revolução brasileira, passa pela construção de um bloco proletário e popular revolucionário essencialmente anti-imperialista, anti-monopolista e anti-latifundiário. A derrubada destes pilares do capitalismo brasileiro é a única alternativa para a conquista do poder em nosso país. Para isso, a tarefa dos comunistas é garantir a hegemonia do proletariado na construção e direção desse bloco histórico, único capaz de levar a cabo e a fundo a construção do novo mundo. Palavras de ordem vazias em nada adiantam, gritar “socialismo” para o povo trabalhador não irá construí-lo, e não construiu nenhuma revolução em nossa história. A experiência da classe trabalhadora demonstra: é ao vincular as mazelas mais sentidas pelo povo aos seus verdadeiros inimigos, que a classe toma consciência de sua tarefa revolucionária.

O partido comunista é um momento essencial do desenvolvimento do proletariado como classe revolucionária, é um órgão a serviço da constituição da hegemonia do proletariado na luta para conduzir o bloco histórico rumo à superação do capitalismo (2). Ainda não existe o partido revolucionário no Brasil, e a sua construção passa pela unidade dos comunistas na formação desse núcleo duro revolucionário. Um partido comunista não o é apenas em seu nome, mas em sua ideologia, estratégia e programa político, integridade moral de seus dirigentes, inserção nas massas trabalhadoras e prática cotidiana (3). Porque uma estratégia revolucionária deve ser pensada em unidade com a construção de uma organização revolucionária.

Os estudantes são aliados estratégicos do proletariado na construção do bloco histórico, na disputa da universidade e da sociedade geral, é desta forma então que o movimento estudantil se insere na equação da luta de classes. É terrível a situação que se encontra o movimento estudantil nacional, semelhante à organização dos trabalhadores. Existem poucos espaços de organização autônomos e verdadeiramente democráticos que, primeiro aglutinem os estudantes em defesa de suas pautas específicas, para então (e simultaneamente) avançar para a defesa das pautas do povo como um todo. Isso ocorre porque hoje existem muitas organizações que acreditam que são o partido, mas que esquecem que é o povo que faz a revolução. De nada adianta grandes organizações e partidos estruturados, se o movimento de massas e as lutas concretas respiram por aparelhos. Essa lógica não seguimos, a JCA e o futuro partido se construirá a partir da construção das lutas, e não oposto.

Avançar na formação do comunismo latino-americano. Avançar na formação de quadros marxistas-leninistas. Avançar na luta socialista!

Nos próximos posts, falaremos mais sobre os pontos abordados nesse primeiro texto. Aguardem!

PCLCP. A Herança e a Esperança: As posições revolucionárias de Luiz Carlos Prestes e a revitalização e organização da luta pelo socialismo, 1994. Disponível em: <http://acoluna3.hospedagemdesites.ws/…/1994-A-HERAN%C3…>.

PCLCP. RESOLUÇÕES DO 12° ENCONTRO NACIONAL DO POLO COMUNISTA LUIZ CARLOS PRESTES (PCLCP), 2013. Disponível em: <http://acoluna3.hospedagemdesites.ws/…/2013-RESOLU%C3…>.

PCLCP. A Herança e a Esperança: As posições revolucionárias de Luiz Carlos Prestes e a revitalização e organização da luta pelo socialismo, 1994.

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