Na UFPR, a JCA está com a chapa 3 – UFPR SEM MEDO!

Na UFPR, a JCA está com a chapa 3 – UFPR SEM MEDO!

Nos dias 26 e 27 de junho na UFPR, as e os estudantes da UFPR estarão votando em seus representantes para o 59° Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), a ser realizado nos dias 12 a 16 de julho em Brasília. No CONUNE, serão debatidos os principais temas relacionados à conjuntura, educação e ao movimento estudantil no Brasil e será definida a linha política da entidade estudantil, bem como a sua diretoria. Na UFPR, serão eleitos 35 delegados para representar os estudantes da universidade. A Juventude Comunista Avançando do Paraná constrói a Chapa 3 – UFPR Sem Medo, junto às forças da Frente Povo Sem Medo.

No ano passado, o Brasil passou por eleições históricas, pelas quais os setores populares representados na candidatura de Lula impuseram uma importante derrota ao fascismo dos setores dominantes e mais reacionários da burguesia brasileira, representados nas Forças Armadas, no latifúndio e no capital financeiro internacional.

No último período e durante a pandemia, as universidades e o movimento estudantil tiveram papel importante para a denúncia da política de austeridade e de genocídio tocados pelo governo federal, desde o aprofundamento do programa neoliberal a partir do golpe de 2016 até a escalada fascista de Bolsonaro e do governo dos generais. Em alguns episódios, a mobilização de jovens e estudantes obrigou as forças reacionárias a recuarem em suas agendas, voltando atrás em cortes orçamentários na educação em 2019 e tendo de acelerar a vacinação contra a covid-19.

Devemos reconhecer a importância da vitória eleitoral de Lula, que apoiamos desde o primeiro turno, porém reconhecer também que essa vitória não representou uma derrota definitiva ao fascismo em nosso país, que segue presente em nossa sociedade conforme demonstrado logo no início do mandato de Lula, no dia 8 de janeiro. Para além disso, os recentes atentados e ameaças nas instituições de ensino em nosso país demonstram os efeitos mais nocivos na difusão de ideias fascistas em nosso tecido social, com o culto às armas, a misoginia e a supremacia branca fazendo parte desse ideário. Cumpre ao movimento estudantil o papel de organizar e mobilizar a juventude brasileira contra a ameaça fascista que se faz presente dentro e fora das universidades, bem como preservar a memória dos genocídios que ceifaram vidas de centenas de milhares de trabalhadores em nosso país, sem anistia para os fascistas e golpistas envolvidos!

No contexto da educação, o movimento estudantil deve mobilizar as bases para a construção de uma universidade que atenda às necessidades do povo nas áreas de ciência, tecnologia, arte e cultura e que sirva à construção de uma efetiva soberania nacional, uma Universidade Popular, em lugar do atual modelo de universidade que serve para formação de trabalhadores qualificados a serviço do capital. Essa construção é ampla e demanda esforços de todos os setores populares engajados não apenas na transformação da universidade, mas que leva essa construção para o horizonte mais amplo da transformação da sociedade brasileira numa sociedade renovada, socialista.

Para tanto, as mediações do atual momento para este horizonte vão além de construir ampliação de meios de aumentar o acesso à universidade através de políticas bem sucedidas a exemplo das cotas raciais e sociais, abrangendo também uma ampliação das condições de permanência estudantil, combatendo efetivamente o racismo institucional e expandindo benefícios de moradia e alimentação das e dos estudantes. Não devemos guardar ilusões quanto à incompatibilidade da expansão dessas políticas com o paradigma de austeridade fiscal que foi renovado com o chamado Arcabouço Fiscal (que podemos caracterizar, na realidade, como um Novo Teto de Gastos), tendo as entidades estudantis papel central no enfrentamento a medidas que impedem a ampliação de investimentos na educação e nas demais áreas sociais. Entendemos que o enfrentamento a essas medidas é essencial inclusive para o fortalecimento das propostas populares do governo Lula, visto que as limitações orçamentárias impostas por mecanismos de austeridade comprometem promessas de campanha e, junto à política de juros abusiva que segue mantida pelo Banco Central comandado pelo mercado financeiro, atrasam a reativação de setores da economia.

Uma das pautas centrais para a educação no país que deve juntar a UNE às entidades sindicais e representativas dos trabalhadores da educação e aos estudantes secundaristas é a luta pela revogação imediata do Novo Ensino Médio. Imposto por medida provisória de um governo golpista, o NEM exacerba as desigualdades educacionais, aprofundando o abismo entre a educação das elites e a educação da classe trabalhadora brasileira e possibilitando a regressão a um perfil elitizado no Ensino Superior no país. As políticas de popularização da educação básica e superior para a classe trabalhadora avançaram graças à participação mobilizada e atuante dos movimentos populares, entidades sindicais e do movimento estudantil, principalmente durante os governos petistas, avanços que foram colocados em cheque com a culminação do golpe. A posição vacilante da atual gestão do MEC e a vinculação do atual Governo Federal com entidades empresariais que participaram da formulação da reforma antipopular do Ensino Médio causam preocupação, em especial perante setores que construíram ativamente a campanha eleitoral de Lula. O movimento estudantil deve se somar às pressões para derrotar o programa educacional dos grandes conglomerados privados!

No Paraná, os setores populares seguem sob a guinada liberal de Ratinho Júnior (PSD) que continua tratorando a educação pública através políticas privatistas e agressivas, passando pela terceirização e militarização do ensino básico e destruindo o caráter público das universidades estaduais. A essas políticas se somam a defasagem no serviço público como um todo e a privatização da COPEL, que visam favorecer as oligarquias paranaenses e o capital em detrimento da grande maioria da população do estado. A escalada da ofensiva burguesa na educação do Paraná representa uma ameaça importante a ser levada em consideração pelo movimento estudantil do Brasil, visto que Renato Feder, após promover a destruição da educaçäo pública do Paraná como secretário, trabalhará no mesmo cargo em São Paulo, a serviço do governador de extrema-direita Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A JCA do Paraná constrói a Chapa 3 – UFPR Sem Medo para as eleições do 59° CONUNE, para o enfrentamento ao fascismo e à ofensiva burguesa e a construção da Universidade Popular! A UNE deve ser uma ferramenta de luta e organização dos estudantes brasileiros! Levaremos para a UNE os acúmulos, lutas e demandas dos estudantes da UFPR!

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