58 anos golpe cívico-militar | Ditadura nunca mais!
Há 58 anos era dado o golpe que afundaria o Brasil nas sombras da morte e da tortura durante duas décadas. Escudados pelo imperialismo, militares e empresários brasileiros se anteciparam às reformas de Goulart e tomaram de assalto o Estado e o território nacional. Neste dia da mentira urge o resgate da memória daqueles que combateram e se opuseram à ditadura militar.
Lá como cá a burguesia interna aliava-se com o mais sujo militarismo. Depuravam suas fileiras em nome da moral e da família, contra a corrupção e pela soberania nacional. Por estas mesmas bandeiras, lançavam-se contra seu próprio povo e o tornavam inimigo interno.
Lá como cá liquidavam vidas e apagavam suas histórias, criando narrativas macabras sobre a humanidade daqueles que se iam; que de patriotas e lutadores eram reduzidos à terroristas e traidores da pátria – tal qual hoje são reduzidas as vítimas da Covid-19 à ‘comórbidos’ ou infeliz ‘efeito colateral’. Desaparecidos ou entregues a sepultamentos ocultos, muitos se tornaram apenas lembranças de quem ficou. 660.000 mortos, assim tratados, são também reduzidos a duras saudades para quem chegou até aqui.
Bolsonaro reivindica para si a memória da ditadura – não a memória de suas vítimas, mas dos algozes. O fascismo de hoje, que encarna o de 1964, reanima uma contrarrevolução prolongada que busca soterrar o horizonte do povo brasileiro, seja pelas armas, pela doença ou pela fome.
Mentiram em 1964 e mentem hoje. Aqueles que encarnam o avesso da esperança devem hoje ser combatidos incansavelmente, em nome da verdade, da justiça e da reparação.