Texto inédito de Luiz Carlos Prestes: os primórdios da Carta aos Comunistas
O portal A Coluna teve acesso ao texto inédito de Luiz Carlos Prestes, escrito em 1969 a respeito da tática de luta dos comunistas em plena ditadura fascista. Prestes discute a tática dos comunistas ” no que se refere aos problemas da frente única das forças antiditatoriais e do governo por que lutamos nas condições atuais”.
O texto de Prestes dirige uma crítica aos Comitê Central e suas confusões táticas. Nele, demonstra o desenvolvimento embrionário de elementos que iriam aparecer, mais tarde, na famosa Carta aos Comunistas em que ele realizou uma crítica e autocrítica às deformações do PCB ocasionadas pela adoção de uma estratégia de revolução etapista.
No trecho abaixo Prestes deixa absolutamente clara sua visão sobre a tática de frente antiditatorial e sua ligação com a luta por um governo revolucionário, ainda que permaneça esteja presente a concepção de resquícios feudais no Brasil:
“Assim sendo, é necessário compreender que a luta pela constituição de um govêrno das forças antiditatoriais não é, de forma alguma, uma etapa obrigatória do processo revolucionário, mas apenas uma possibilidade. Em resumo: os comunistas têm como bandeira a luta pela conquista d de um governo revolucionário das forças antiimperialistas e antifeudais – este o objetivo imediato de nosso Partido na etapa atual da revolução. Para alcançar esse objetivo, nas condições atuais, lutamos pela unidade de todas as forças antiditatoriais. Nessa luta pela derrota da ditadura é possível, ante de que cheguemos no país a uma situação revolucionária, [p. 6] que se dê uma crise de govêrno, que torne viável a constituição de um governo das forças que se opõem a ditadura. Quando isso se der, os comunistas participarão da luta pela constituição de um tal govêrno. Mas, enquanto não se configura tal possibilidade, nosso Partido luta por que a queda da ditadura leva a sua substituição por um govêrno revolucionário, o qual será, evidentemente, um govêrno democrático, ou efetivamente democrático (ditadura democrática), em que predominarão as forças fundamentais da revolução. Estas forças, na medida em que estiverem ganhas para os objetivos da atual etapa da revolução brasileira e que desenvolvam em todos os terrenos uma ampla e perseverante luta de classes, iniciarão as medidas contra a dominação imperialista, contra o latifúndio e a burguesia entreguista, quer dizer, pela completa emancipação nacional e o progresso do país, abrindo, assim, o caminho para a vitória do socialismo em nosso país. “
Baixo o documento completo aqui: