112 anos de Olga Benário Prestes
Nesse 12 de fevereiro recordamos a vida da militante comunista Olga Benário Prestes.
A memória e os feitos de Olga Gutmann Benário Prestes foram recuperados no Brasil com o sucesso de bilheteria “Olga”. O filme retrata parte essencial da sua trajetória, sua passagem pelo Brasil, seu envolvimento com o revolucionário Luiz Carlos Prestes e sua deportação para a Alemanha nazista durante a Era Vargas. No entanto, sua admirável militância no movimento comunista começa muito antes.
Nascida em 1908, em Munique, na Alemanha, juntou-se à organização juvenil do Partido Comunista Alemão aos 15 anos. Ainda na juventude foi presa com seu então companheiro Otto Braun e acusada de alta traição à pátria após se envolver em conflitos de rua contra milícias de extrema-direita. Liberta, tramou um assalto à prisão para resgatar Braun e fugiu para a União Soviética.
Depois de receber treinamento político e militar junto à Seção Juvenil da Internacional Comunista, tornou-se um importante quadro. Veio ao Brasil com Prestes, também membro da Internacional e na clandestinidade, para garantir sua segurança e participar do planejamento de uma revolução armada apoiada por Moscou. A Revolução de 1935 planejava a democratização da política interna e a defesa do país do imperialismo. No entanto, seria frustrada pelas forças de repressão de Vargas, e Olga descobriria sua gravidez de Prestes no cárcere.
Apesar do movimento pela sua libertação na Europa, encabeçado por Dona Leocádia Prestes e Lígia Prestes, mãe e irmã de Luiz Carlos Prestes, Vargas tramou sua extradição para a Alemanha em um aceno para o fascismo. Ignorando a ilegalidade e a crueldade de seu ato de expulsão, o Supremo Tribunal Federal deu aval à decisão do presidente. Grávida de sete meses, foi transportada por um cargueiro alemão que chegou a ancorar na Inglaterra, onde serviços de informação ingleses trabalharam para impedir seu resgate pelos comunistas. Na Alemanha, foi mantida em uma prisão feminina da Gestapo sem acusação. Ali, a mais extensa documentação sobre uma única pessoa mantida pelo nazismo – os oito dossiês do “Processo Benário” -, ajudam a explicar a perseguição a que foi submetida por onde passou.
Caracterizada pelos nazistas como uma “comunista perigosa e obstinada”, “fanática” e “insolente”, era alvo de relatórios entre altos oficiais e dirigentes nazistas, figurando como uma grande preocupação e ameaça ao poderio não só do Terceiro Reich, mas do fascismo e da burguesia a nível internacional. Mesmo submetida à tortura, nunca colaborou com os nazistas, se negando a fornecer informações de sua atuação como comunista. Teria afirmado: “Se outros se tornaram traidores, eu jamais o serei”.
Graças à campanha internacional em torno de sua figura, pôde amamentar sua filha Anita na prisão até os 14 meses, quando a criança foi entregue à avó, Leocádia.
Frente aos seus protestos constantes pela subtração, reiteradas tentativas de revisão da sua prisão, a resistência aos interrogatórios e a organização de atividades de solidariedade e resistência nos campos de concentração, foi transferida para um campo de extermínio.
Executada aos 34 anos em uma câmara de gás, mas nos 112 anos em que celebramos seu nascimento, ecoa como exemplo vivo da coragem e determinação que continua em todos os comunistas, na luta pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo!
Via: Juventude Comunista Avançando