O “ambientalismo” poderá salvar o planeta?
Via: Juventude Comunista Avançando
2019 foi um ano marcado pelos crimes ambientais e a conivência do governo Bolsonaro. Começando pelo derrame de lodo em Brumadinho, que deixou 248 vítimas ao despejar 12 milhões de m³ de resíduos da mineração.
Em seguida, os incêndios na Amazônia e no Pantanal que destruíram uma área equivalente a 4,2 milhões de campos de futebol. Tudo isso enquanto o governo cortou 95% do orçamento para prevenção de queimadas.
E para finalizar, o derrame de óleo nas praias do nordeste do país, que depois de dois meses ainda não se sabem os responsáveis e tampouco houve ações do Ministério do Meio Ambiente para conter a contaminação. Uma série de evidências de que se trata de uma orientação política incentivar a destruição ambiental para favorecer o grande capital.
É PRECISO UMA SAÍDA RADICAL PARA A QUESTÃO AMBIENTAL
Não só no Brasil, como no mundo “ambientalismo” tem crescido com força nas últimas décadas e como qualquer problema que se apresenta na sociedade capitalista ele também está sujeito à ideologia burguesa. Ganhou respaldo por parte de algumas lideranças, como o vice-presidente dos EUA durante o mandato de Clinton. Na época, junto com outros líderes europeus, chegou a propor a internacionalização da Amazônia, atacando a soberania nacional brasileira. Hoje o Greenpeace ou ONGs como Teamtrees, os partidos verdes na Europa, pessoas como Greta Thunberg, dominam o debate público.
Muitos acusam o marxismo de menosprezar o ambientalismo, ou de ter uma atitude predatória, perante a necessidade de ampliar as forças produtivas. Porém, é possível encontrar em Marx, Engels, ou mesmo em Lukács e Mészáros, concepções de humanidade e natureza não em oposição; o homem é humanamente natural e naturalmente humano; as duas fontes da riqueza social são o trabalho e a natureza. Na história temos exemplos concretos: Código das Florestas na URSS de 1923, que regulava o desmatamento. Ou lutadores brasileiros como Chico Mendes, os povos originários da América Latina que lutam pela preservação.
Durante o governo neofascista de Bolsonaro essa questão ganhou grande destaque em virtude das queimadas na Amazônia. Não há dúvida que o aumento das queimadas tem a ver com a posição pró-latifúndio e pró-imperialista desse governo. Um aumento no desmatamento faz parte de uma concepção de agropecuária extensiva e da manutenção de uma economia primária e dependente. Da mesma forma, as manchas de óleo no litoral nordeste também são resultado de uma atitude irresponsável de empresas petroleiras que preferem o lucro à segurança. Combinado a isso, temos a negligência do governo em financiar a prevenção e contenção de desastres ambientais no país, desmontando e militarizando o IBAMA e o ICMBio.
Assim, é preciso uma solução radical para a preservação ambiental que passa pela tomada dos meios de produção para o planejamento racional da economia. O capitalismo sustentável é impossível e as iniciativas individuais, embora louváveis, não são suficientes para conter a catástrofe que se aproxima. A grande burguesia já sabe disso e parece planejar uma fuga do planeta. Cabe a nós tomar o destino em nossas mãos.