Ocupar as ruas e fortalecer a resistência contra a prisão de Lula!
O golpe chegou ao que pode ser o seu momento mais crítico. A negação por parte do STF do Habeas Corpus de Lula na última quarta-feira (4/4) concretizou o processo de condenação do ex-presidente, corroborando todas as ilegalidades e o uso político do aparato jurídico em sentido pró-golpe. No dia seguinte a ordem de prisão já foi encaminhada e à noite Lula e os movimentos sociais decidiram resistir à prisão dentro do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP). Dado todo o histórico de três anos da escalada golpista, torna-se evidente que o que se coloca em jogo agora é uma espécie de tudo ou nada, já que o comitê central golpista se formou preparado para não recuar sob hipótese alguma, e o movimento de resistência acena pela primeira vez com esta posição. Importante ressaltar que há um fio condutor vinculado à utilização das Forças Armadas como instrumento de reação em caso de “perturbação” do andamento da agenda golpista. Nos áudios dos diálogos entre Jucá e Sérgio Machado, em março de 2015, Jucá já falava que estava “conversando com os generais, comandantes militares”. Em seguida afirmava que “Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar”. Declarações pró-intervenção surgiram desde então por parte de oficiais da reserva. No ato contra a Reforma Trabalhista em Brasília no dia 24 de maio de 2017 Temer lançou um decreto permitindo o uso das Forças Armadas para garantir a aprovação da Reforma. Depois vieram a intervenção militar no Rio de Janeiro e mais recentemente ainda as declarações do general Villas Boas, nas vésperas do julgamento do Habeas Corpus pelo STF. Os dois últimos acontecimentos são os mais graves, em especial o último tem uma clara dupla intencionalidade: 1) chantagear o STF a negar o Habeas Corpus, no que saíram bem sucedidos e; 2) o mais importante, dar um recado claro para os movimentos populares que pretendem sair em defesa de Lula: os militares estão de prontidão. Somente um movimento vigoroso e massivo será capaz de fazer frente a essas ameaças. O momento é de colocar todas as energias militantes na luta contra mais este capítulo do golpe, demonstrar que do lado de cá tem um povo numeroso e disposto a defender a democracia e tudo aquilo que foi entregue pelo movimento golpista: o patrimônio e os recursos naturais nacionais, a Amazônia que foi aberta para operações militares estadunidenses, a Constituição Federal com seus limitados porém importantes avanços, a saúde e a educação públicas, o povo pobre da cidade e no campo quem vem sendo sistematicamente acossado, preso e exterminado, especialmente as lideranças populares. Não é momento para aventuras nem ações isoladas, e sim para a construção de um grande movimento unitário e massivo. Ocupar as ruas de todas as cidades brasileiras e fortalecer o foco da resistência em São Bernardo do Campo! Organizar a luta e derrotar o golpe! Polo Comunista Luiz Carlos Prestes06.04.2018