Nota Politica: os comunistas votam BRIZOLA NETO 50.000 e FREIXO 50 nas eleições do Rio de Janeiro-RJ
Em recente plenária realizada na Zona Oeste do Rio, o núcleo do PCLCP-RJ e de sua juventude, JCA-RJ, se posicionam num momento de intensa crise política e econômica no estado do Rio de Janeiro e no Brasil. Apoiando e militando dessa forma por programas e candidaturas que representem o combate a todo tipo espoliação no trabalho, de opressão de raça e gênero, segregação social, e o reacionarismo na sociedade, bem como que apresentem um programa democrático, socialista, popular e emancipatório.
Consideramos os seguintes pontos para esta posição:
1 – Não é princípio para os comunistas participarem das eleições, mas sim uma tática para construir a contra-hegemonia, visando conquistar direitos para a classe trabalhadora, sem alimentar ilusões com a institucionalidade e com a democracia-burguesa. Nesse sentido, também os comunistas sempre apontam e criticam as limitações desse processo, todavia sempre buscando construir a unidade de ação com partidos e grupamentos progressistas e democráticos. Não podemos deixar de ressaltar a extrema fragilidade da democracia brasileira neste momento de Golpe de Estado em curso.
2 – Historicamente o Polo Comunista Luiz Carlos Prestes, organização comunista que tem sua origem no grupamento que se reunia em torno do líder comunista Luiz Carlos Prestes, sempre manteve sua organização e participação na luta política no país até os dias atuais, todavia como a organização não possuí “registro legal” vimos sempre buscando a unidade e participando nas eleições via filiação democrática em outras siglas da esquerda, inclusive já elegendo candidatos e mantendo apoio aos candidatos de partidos aliados.
3 – O Rio de Janeiro passa por uma profunda crise econômica com reflexos no tecido social. Segundo o Pnad 2016, a taxa de desemprego na cidade se encontra em 7,3%, correspondente a 460 mil trabalhadores desempregados no município e próximo de 2 milhões no Estado. No Rio de Janeiro a desindustrialização deprecia há décadas o povo; o fechamento de refinarias e portos e a crise na construção civil aprofundaram a crise. A Associação dos Magistrados do Trabalho da Primeira Região (Amatra1) estima que ao final das Olímpiadas serão mais 140 mil desempregados.
4 – As olimpíadas do Rio foram as mais caras da história. Foram gastos mais de 38 bilhões, segundo o COI, comprometendo os gastos públicos que investidos seriam suficientes para fazer obras de saneamento básico e transporte de qualidade para toda região metropolitana. Apesar das obras de embelezamento da cidade, o legado das olimpíadas será uma cidade endividada. No mundo, todas as cidades que sediaram os jogos levaram de 30 a 20 anos para pagar suas dívidas. No Rio não será diferente. O legado do Rio 2016 será o superlucro para as empresas privadas; para o povo restará pagar a conta do banquete promovido com dinheiro público.
5 – O projeto de cidade neoliberal de Eduardo Paes visa potencializar os lucros das empresas em detrimento das condições de vida de quem vive na cidade. Hoje, o Rio de Janeiro tem uma das tarifas de transporte de ônibus mais caras do País. Transportes cada vez mais lotados que impossibilitam o deslocamento da população trabalhadora. O passe livre estudantil sofre uma série de restrições.
6 – O número de pessoas removidas ou despejadas de suas casas por Eduardo Paes ultrapassa 70 mil. A maior parte das famílias removidas é da Zona Norte ou centro e foi obrigada a deixar suas casas para morar nas periferias da Zona Oeste. Muitas famílias foram obrigadas a deixar suas casas em troca do aluguel social, que sofre constante atraso, ou, mais grave, sem receber nada em troca. A segregação espacial libera os melhores terrenos da cidade para especulação imobiliária, enquanto a população pobre é removida para as periferias da cidade, distante dos equipamentos públicos, longe das escolas, dos postos de saúde e do trabalho, uma vez que o centro concentra metade dos postos de trabalho na cidade.
7 – Consideramos muito prejudicial para o povo do Rio de Janeiro a existência de três candidaturas no campo antigolpista: Freixo, Jandira e Molon. Apesar de todas as três candidaturas apresentarem programas similares e da gravidade da crise no Rio de Janeiro, não se constituiu uma frente democrática e popular contra a hegemonia do PMDB.
8 – A candidatura de Marcelo Freixo pelo PSOL-RJ para a prefeitura do Rio tem apoio da maioria dos partidos e organizações de esquerda da cidade, bem como apoio de intelectuais e militantes democráticos e de esquerda carioca, representando hoje a maior voz de oposição de esquerda aos governos do PMDB que já dominam o cenário político há mais de 10 anos.
9 – Derrotar o PMDB e toda a canalha de direita na cidade do Rio é de grande importância não só local, mas nacional, tirar a segunda prefeitura com maior orçamento do país das mãos do PMDB é contribuir diretamente na luta contra o golpismo a nível nacional, bem como o enfraquecimento do mesmo e contribuir para criar um polo de resistência aos ataques que o governo golpista de Temer vem orquestrando aos direitos sociais, além de abrir uma trincheira contra o avanço do projeto neoliberal da direita no país.
10 – No âmbito da candidatura à câmara dos vereadores entendemos que a base de princípios elencadas para o apoio ao candidato à prefeitura deve ser a mesma, viemos acompanhando e observando a trajetória do vereador Leonel Brizola Neto, também do PSOL, na câmara municipal do Rio de Janeiro e não poderíamos nos furtar também de apoiar a candidatura para reeleição do vereador. Leonel, neto do grande Brizola, é o candidato que representa da melhor forma a tradição e herança de Darcy Ribeiro, dos CIEPS, da distribuição de terras, dos CTCs e do trabalhismo de esquerda no estado do RJ, oriundo da gestão do Governo do Estado por Leonel de Moura Brizola (1982-1986/1990-1994), gestão essa que ainda figura no imaginário popular carioca e de fato representou o único governo de esquerda que o estado teve.
11 – Ressaltamos o papel solidário e fraterno de Leonel Brizola Neto de apoio militante a todos refugiados, seu posicionamento em defesa da revolução bolivariana na Venezuela, a Cuba Socialista, Bolívia etc. Seu papel internacionalista é de enorme importância, voltando o mandato que lhe foi conferido para abraçar povos irmãos.
Sendo assim, buscamos construir as duas candidaturas e indicamos para amigos e simpatizantes o apoio às mesmas, sendo Marcelo Freixo 50 e Leonel Brizola Neto 50.000 com o lema “Rio CIEPS contra o Rio Caveirão”. Também convocamos todos a construírem o núcleo Leonel Brizola para fortalecermos esta campanha e pensarmos juntos propostas concretas para o povo trabalhador.
Fontes:
http://www.valor.com.br/brasil/4675463/desemprego-avanca-em-todas-regioes-do-pais-aponta-ibge
http://radios.ebc.com.br/reporter-rio/edicao/2016-08/fim-das-olimpiadas-associacao-estima-que-140%20mil-ficarao-desempregados