Vídeo revela racismo e discriminação na direita venezuelano
A decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela de implementar um regulamento que assegure a igualdade de gênero nas eleições parlamentares marcadas para 06 de dezembro, foi rejeitada por políticos e líderes da oposição venezuelana, que fustigaram a medida com comentários racistas, sexistas e homofóbicos.
Em um vídeo transmitido quarta-feira pelo presidente da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, Diosdado Cabello, em seu programa “Con el Mazo Dando”, é possível ouvir e ler uma conversa telefônica entre Norman Pino de Lion, ex-diplomata de direita e Edmundo González Urrutia, coordenador de relações internacionais da chamada Mesa da Unidade Democrática (MUD), aonde repudiam e fazem chacota dos fins includentes da norma.
Os políticos de direita consideraram “invenção e estupidez” a participação de mulheres nas candidaturas ao parlamento, porque de acordo com o coordenador da MUD “As mulheres de hoje não estão interessados na política.”.
Eles também se referem depreciativamente à base da norma, dizendo que “se levarem a sério (a Tibisay Lucena) amanhã teremos que colocar 20 por cento de gays (…) e, em seguida, mais 15 por cento de negros (…) e, em seguida, índios, mas os índios, que são poucos ,terão de aumentar a sua percentagem também”.
A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Tibisay Lucena, apresentou mais cedo os a normativa que regirá as eleições vindouras, a qual cabe, entre outros pontos, a participação política em iguais condições.
A máxima altoridade da CNE disse, na apresentação do regulamento, que “deixar o gênero feminino na Constituição também é includente”.
Gonzalez Urrutia e Pino de Lion alegam na conversa, gravada em 25 de junho, que a decisão da CNE afeta a lista de candidatos apresentados pelos partidos da oposição.
Lucena lembrou o MUD que “nos encontramos com você para informá-los, entre Abril e Maio, que essa era uma decisão que iríamos tomar e que tomaram as precauções necessárias.”
FATO>> A MUD CNE rejeitou o documento CNE sobre a paridade de gênero, alegando que a sua lista de candidatos (em que a participação das mulheres não supera 13 por cento) foi publicado anteriormente.
Nesse sentido, a principal liderança da CNE disse que “estas medidas não foram feitas em segredo, foram reconhecidas publicamente (…) no dia 07 de maio, a CNE com a Frente Nacional de Mulheres leu as propostas e se aprovou que seriam tomadas medias positivas no que diz respeito à questão (…) naquela pediu-se aos partidos que tomassem as medidas adequadas para assegurar a equidade de gênero”.
Gonzalez Urrutia e Pino de Lion expressam que a melhor maneira de rejeitar a medida é chamar um protesto contra a CNE, “mas não sair com cartazes, nem apitos, ou com bandeiras (…)”, o que indica a intenção da direita de desestabilizar o país.
Lucena salientou que o regulamento se destina a garantir a participação política das mulheres e defender os direitos humanos em geral.
Importante! Dados do Ministério da Mulher e da Igualdade dos Gêneros, indicam que a população feminina no país sul-americano está em 50,2 por cento da população total.
No Contexto
Em 25 de junho, a CNE anunciou a aprovação da resolução que garante a paridade de gênero nas candidaturas para as eleições parlamentares. Os partidos políticos devem apresentar uma fórmula conjunta de 50 por cento e suplencia para cada sexo.
Assista publicado pelo Presidente da Assembleia Nacional:
VTV: https://www.youtube.com/watch?v=3YRWuqz68ug
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Notícia da Telesur: http://www.telesurtv.net/news/Video-revela-racismo-y-discriminacion-en-la-derecha-venezolana-20150701-0085.html
Tradução: PCLCP