Conheça Antonio Ledezma, o Prefeito detido na Venezuela por golpismo

Conheça Antonio Ledezma, o Prefeito detido na Venezuela por golpismo

Antonio Ledezma esteve ligado a atos violentos contra o povo venezuelano durante sua carreira política.

A justiça venezuelana deteve Antonio Ledezma, Prefeito metropolitano de Caracas, acusado de ser partícipe em um golpe de estado que incluia o bombardeamento de instituições governamentais e a sede da cadeia de notícias teluSUR.

Antonio José Ledezma Díaz, nasceu em San Juan de los Morros, estado Guárico (centro) no dia 1º de janeiro de 1955. É advogado profissional. Sua carreira política iniciou no partido Ação Democrática (AD), organização partícipe do pacto de “punto fijo”, acordo bipartidista que governou a Venezuela no período de 1958-1998. 

Vida política:

1984-1992: Deputado da AD pelo estado de Guárico. 

1992: Governador do Distrito Federal de Caracas, designado pelo então presidente Carlos Andrés Pérez. Sua gestão se caracterizou pela repressão de protestos sociais, em particular contra estudantes e jornalistas.

1994-1996: É eleito Vice presidente da Câmara de Senadores .

1996-2000: Prefeito do Municipio Libertador. Acusado de irregularidades e repressão contra trabalhadores da economia informal (buhoneros) e idosos que reclamavam uma pensão justa.

1998: Chefe de campanha de Luis Alfaro Ucero (candidato presidencial da AD). EM um ato de trição política, para “freiar” o ascenso de Hugo Chávez, participa de um conluio que despoja Alfaro Ucero da candidatura para apoiar Henrique Salas Homero.

1999-2000: Presidente da Associação  Nacional de Prefeitos de Venezuela.

2000: Renuncia a AD e funda o partido Aliança ao Bravo Povo. Se lança como pré-candidato presidencial mas devido ao escasso respaldo popular desiste da candidatura.

Se lança como candidato a Prefeitura do Municipio Libertador (Caracas), mas é derrotado pelo candidato da Revolução Freddy Bernal. Não reconhece os resultados.

2002: Respalda o Golpe de Estado contra o presidente Chávez. Apoia os militares reunidos na Praça Altamira de Caracas que renegaram o governo e a constituição. 

Participa ativamente na paralisação petrolera-empresarial que pretendia derrotar o Presidente Chávez e torcer a vontade de povo através da fome. A ação causou perdas ao país na ordem de 21 bilhões de dólares.

2004: Cordenou ações no país no “Plano Guarimba”. Foi acusado de incitar militantes da Aliança ao Bravo Povo e da AD a queimar a sede del partido Movimento V República em Caracas.

Não reconhece os resultados do Referendo Revocatório de mandato contra o presidente Chávez, que reafirmou o apoio popular ao governo Bolivariano.

2005: Lidera os chamados opositores a retirarem-se das eleições a deputados, num esforço fracassado por deslegitimar a democracia venezuelana.

2008: É eleito Prefeito Metropolitano de Caracas. Na chegada ao cargo demite 2.252 trabalhadores e congela o salário dos trabalhadores aposentados.

2012: Se lança como pré-candidato presidencial, mas não obtêm respaldo nas fileiras opositoras.

2014: Participa no plano “A saída”, convocadao por Leopoldo López e María Machado que incluiu ações violentas que ocasionaram a morte de 43 cidadão venezuelanos. É acusado como planificador do suposto assassinato de López com o objetivo de aprofundar a crise política e derrocar o governo constitucional.

2015: É detido por estar envolvido no falido plano de golpe de Estado contra o presidente Nicolás Maduro Moros.

Denúncias contra Antonio Ledezma

a) Caso morte da jornalista María Verónica Tessari:

Ledezma chega Governança  do Distrito Federal designado pelo então presidente Carlos Andrés Pérez em 13 de janeiro de 1992. Sua gestão se caracterizó por ações repressivas executadas pela Policia Metropolitana, sob secou mando, a estudantes, jornalistas e idosos. O então governador respaldou os decretos de Toque de Queda e Suspensão de Garantias Constitucionais posteriores as rebeliões militares del 4-F e 27-N de 1992.

Na quinta-feira 19 de março de 1992 os estudantes venezulanos organizam ações de protesto exigindo a restituição de garantias constitucionais. Estas manifestações são objeto de repressão em todo o país destacando-se  a violência com que atuou a Policia Metropolitana dirigida por Antonio Ledezma.

A PM atacou os jornalistas. Os comunicadores disseram que enquanto eram golpeados os funcionários lhes gritavam “Informem que nós reprimimos”. Os lesionados foram:

Herminia Serrano (jornalista da emisora RQ910): Concussão cerebral produto de um golpe no pescoço causado com o espadim usado pelos funcionários policiais (peinillazos).

Oswaldo González Moreno (jornalista de YVKE mundial): Recebeu cacetadas e sua gravadora foi destruída por um funcionário da PM.

Francisco Solorzano (jornalista; secretário general do Colegio Nacional de Jornalista): Foi detido por funcionários da PM. Recebeu múltiplas cacetadas dos agentes.

María Verónica Tessari (jornalista): Concussão cerebral, 15 pontos de sutura devido ao impacto de   de um bomba de gás lacrimogêneo lançada pela PM. Sua condição se agravou porque o gás lacrimogêneo conseguiu penetrar no interior de la estrutura do cranio. 

“Finalmente depois de quase cinco meses em uma clínica, com sete intervenções cirúrgicas realizadas em 19 de março na UCV, pela repressão policial contra os meios de ccomunicação. Venezuela segue vivendo a mesma repressão. Eu estou sem medo, vou voltar para a rua, me falta mais uma intervenção, mas sei que ninguém pode comigo, nem com nenhum dos meus companheiros, assim que logo nos veremos na rua, trabalhando, noticiando para dar informação a vocês” María Verónica Tessari (1993).

A jornalista Tessari nunca conseguiu recuperar-se, sofreu meses de agonia e depois de 7 intervenções cirúrgicas faleceu na noite de sexta-feira, 15 de janeiro. Nenhum funcionário da PM foi acusado, nem ninguém foi imputado por este crime.

b) Massacre na cadeia “Reten de Catia” em 27 de novembro de 1992

Em meio ao ambiente de tensão que se vivia durante a insurreição militar de 27-N, o diretor do reforço Judicial de Catia, Eloy Mora, ordenou aos guardas abrir as celas do penal para que saíssem os reclusos pacificamente (não houve fuga de Presos).

Nesse momento ativou-se uma emboscada em que, segundo testemunhas, participa o próprio Mora acompanhado de efetivos da Guarda Nacional e da Policia Metropolitana (a mando de Antonio Ledezma), os quais dispararam cegando a vida a mais de 200 privados de liberdade.

O ministério de justiça, admitia a morte de 63 internos, o governador Ledezma mais de 100 e o períodico El Nacional localizava a cifra de vítimas fatais em torno de 200.

O próprio Antonio Ledezma justificou os feitos, e segundo veicula uma edição de 01 de dezembro de 1992, do diário espanhol El País, o atual Prefeito, afirmou:

“O do reforço de Catia tem vinculação com a insurreição golpista, porque não há dúvida de que o que se pretendia era criar um caos em Caracas e que saíram para rua mais de 3 mil reclusos e isso teve que ser controlado a custa de muitas vidas”.http://elpais.com/diario/1992/12/01/internacional/723164402_850215.html

c) Investigação por malversação de fundos públicos durante sua gestão como Alcalde del Município Libertador

Em 1996 a controlador municipal, Moises Benaim acusa o Prefeito Ledezma por gastar 100 milhões de Bolívares durante a visita do Papa João Pablo II.

A Controladoria denunciou Ledezma  em novembro de 1997 por facilitar o funcionamento de casinos e bingos mediante portarias: “O Prefeito pretende cobrar impostos destes locais, mesmo sem que estes contem com a aprovação da Comissão Nacional de Casinos… O Prefeito está consciente da irregularidade, mas move-o a necessidade de conseguir os ingressos necessários para contornar a crise econômica do ano entrante. A policia municipal ficará incapacitada para fechar os cassinos; os que terão atividade serão os fiscais de impostos, que irão lembrar que devem pagar as taxas fixadas”., diz o informe.

Em 1997 a Controladoria do Município Libertador abriu uma investigação contra Ledezma por:

Malversação de fundos públicos, superfaturamento, fracionamento e violações a portarias sobre contratos de construções de obras. Ledezma destinou 77 por cento do orçamento a “gastos burocráticos, como pessoal e compra de equipamentos de escritório, entre outros”, diz o informe da Controladoria. Só em nomeação a Prefeitura passou de 900 para mais de 2000 empregados.

Em agosto desse ano a Controlaria solicitou processar o Prefeito por haver malversado 900 milhões de bolívares.

d) Morte de Leonarda Reyes durante sua gestão como Prefeito do Município Libertador

Durante sua gestão como Prefeito do Município Libertador reprimiu violentamente tanto protestos como trabalhadores da economia informal. A cidadania ainda recorda os seguintes eventos:

28 de novembro de 1996.- A Policia de Caracas, dirigida por Ledezma, reprime violentamente a trabalhadores informais cegos, pessoas da terceira idade, crianças, vereadores e deputados. Como consequência da ação policial resulta a morte da trabalhadora Leonarda Reyes, quem foi sepultada as escondidas e ilegalmente. O crime ficou impune.

Dezembro de 1998.- Repressão a trabalhadores da economia informal no setor La Hoyada do centro de Caracas. Seu delito, a venda não permitida de mercadorias.

e) Perseguição política e demissão injustificada de trabalhadores durante sua gestão como Prefeito Metropolitano

No lapso compreendido entre dezembro de 2008 e julho de 2009 Antonio Ledezma despediu injustificadamente a 2.252 trabalhadores identificados com los ideais socialistas.

Em junho de 2009 Ledezma se declara em greve de fome em frente as oficinas de la OEA em Caracas, com o fim de protestar pela criação da Autoridade Única do Distrito Capital e exigir a “transferência de recursos financeiros” desde o Executivo até a Prefeitura Metropolitana. A “greve” que durou 6 dias contou com uma grande cobertura midiática e serviu como ante sala de prolongados tours no estrangeiro.

e) Denuúcias por malversação de fundos durante sua gestão como Prefeito Metropolitano de Caracas

2010 é acusado de malversação de fundos públicos e contratações ilegais pelo vereador Juan Carlos Dugarte; “Temos documentos que provam que o Prefeito Ledezma contratou empresas privadas para realizar obras e reformas que não foram executadas, apesar que terem sido cobradas”… “utiliza os suculentos contratos que consegue para fins políticos, só assim pode viajar à Madrid, então, Chile para desprestigiar o Governo Bolivariano, só assim pode ir até Perú para reunir-se com fugitivos da justiça venezuelana”, declarou o funcionário.

2011 O vereador Deyanira Briceño denuncia  Ledezma por malversação de fundos ao empregar um crédito adicional de mais de 16,5 milhões de bolívares para cancelar empresas de seguros e outros provedores de la Prefeitura Metropolitana quando estos recursos haviam sido aprovados pela Câmara Metropolitana para pagar passivos laborais dos funcionários desde o ano de 2010. http://www.correodelorinoco.gob.ve/nacionales/antonio-ledezma-uso-dinero-trabajadores-para-otros-fines/

Ledezma é acusado de golpismo

Em 2014 junto de María Corina Machado y Leopoldo López se junta a ala radical da oposição direitista e desde fevereiro iniciam ações de protesto violento nas ruas em ocasião do plano “La Salida”.

Realiza várias viagens procurando apoio a suas atividades desestabilizadoras contra a Revolução. Entre o grupo de aliados que conseguiu somar destacam: Felipe González, Jose Maria Aznar, Mariano Rajoy, Sebastian Piñera, Andrés Pastrana, Álvaro Uribe, Mauricio Macri, Michael Bloomberg, Ileana Ros Lehtinen, Jose Sarney, Benjamín Netanyahu, entre outros destacados políticos da direita internacional.

Data da publicação 20 de fevereiro de 2015, disponível em: http://www.telesurtv.net/news/Conozca-al-alcalde-detenido-en-Venezuela-por-golpista-20150220-0012.html#

Tradução: Polo Comunista Luiz Carlos Prestes (PCLCP)

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