NOTA POLÍTICA: 8 de março – DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES TRABALHADORAS
Lyudmila Pavlichenko: PRESENTE!
No último dia 4 de março, as mulheres do Polo Comunista Luiz Carlos Prestes, Partido Comunista Brasileiro, Associação Cultural José Martí RS, Organização Comunista Arma da Crítica e Refundação Comunista organizaram um cine-debate no Memorial Luiz Carlos Prestes, em Porto Alegre. O filme e o debate giraram em torno da vida de Lyudmila Pavlichenko, a franco-atiradora mais bem sucedida da Segunda Guerra Mundial. Mulher, soviética e comunista, Pavlichenko matou 309 nazistas em sua atuação no Exército Vermelho.
A atuação das mulheres soviéticas na Segunda Guerra Mundial teve papel fundamental na derrota do nazi-fascismo e na construção da memória das mulheres trabalhadoras e comunistas. A defesa da União Soviética para elas simbolizava a defesa de todos os direitos e avanços conquistados junto ao socialismo: legalização do aborto, direito ao voto, ao divórcio, salário igual para trabalho igual, e modificações no modo de família burguesa e na divisão social do trabalho.
Mesmo com tantas colaborações das comunistas para o movimento feminista e a organização de mulheres, o 8 de março – que não por acaso surge de uma série de greves feitas por operárias russas, que viria a colaborar com o estouro da Revolução de Outubro – teve seu caráter de luta historicamente apagado e invisibilizado. As aguerridas trabalhadoras russas ficaram para trás e por meio da falsificação da história veio o apassivamento das mulheres da classe trabalhadora. O capitalismo se apropriou da data e passou a celebrá-la como mais uma data comercial para presentear mulheres e reforçar os papéis de gênero que o patriarcado e a divisão social do trabalho determinaram. Embora presenteadas com rosas, nossa realidade é muito mais de espinhos do que de flores. Nossos salários ainda são 30% menores que dos homens – os das mulheres negras chegam a ser 60% menores. A maternidade continua sendo empurrada a nós como um dever e, sem o direito ao aborto, uma de nós morre a cada dois dias. Seguimos reféns da violência. Com a Lei Maria da Penha, uma medida totalmente paliativa e insuficiente para combater o feminicídio, somos assassinadas e na maioria vezes por nossos “companheiros” ou “ex-companheiros”.
O debate classista acerca do feminismo é o único hoje que poderá romper de forma radical com as causas do machismo. É o único que pode dar uma resposta à realidade de exploração das mulheres que são mães, desempregadas, das negras, das LGBT’s, das jovens e de todas trabalhadoras de forma a construir uma nova realidade, uma sociedade socialista a partir da destruição do perverso sistema que existe hoje.
Lutamos pelo fim da exploração das mulheres e de toda classe trabalhadora, sem perder de vista o combate diário à opressão que se faz tão presente em nossos dias. Lutamos pelo fim do machismo e do capitalismo.
Mulheres trabalhadoras e lutadoras: presentes!
Assinam a nota:
Associação Cultural José Martí-RS
Movimento de Mulheres Olga Benário
Movimento Feminista Classista Ana Montenegro
Organização Comunista Arma da Crítica
Partido Comunista Brasileiro
Partido Comunista Revolucionário
Polo Comunista Luiz Carlos Prestes
Refundação Comunista
Porto Alegre, março de 2016.