JCA com Fragalli e Clerilei para a reitoria da UDESC: caminhar rumo a uma universidade popular – VOTE CHAPA 10!
No dia 8 de novembro acontecerá o segundo turno das eleições para a Reitoria da UDESC, após um primeiro turno acirrado que pela primeira vez leva uma candidatura de oposição para a segunda etapa do processo. Diante da atual conjuntura nacional e estadual, a reitoria da única universidade estadual de Santa Catarina representa um espaço de disputa importante. Apesar do avanço que representou, a vitória de Lula nas eleições nacionais do ano passado foi apenas uma vitória parcial sobre o fascismo no nosso país, que permanece forte e articulado principalmente no nosso estado, na expressão da continuidade desse movimento com a eleição do governador Jorginho Mello.
As eleições para a reitoria se apresentam enquanto um momento importante para realizar debates mais amplos sobre que projeto de universidade queremos, vista a influência que a gestão exerce sobre a instituição como um todo e no conjunto da sociedade catarinense. Nas últimas décadas, vimos com clareza o projeto que tem sido apresentado e defendido pelas últimas gestões: uma universidade elitizada, sem democracia interna ou autonomia e que serve aos interesses da burguesia catarinense. Apesar da UDESC dispor de recursos financeiros suficientes para investimentos em estruturas que garantam acesso e permanência estudantil, nos deparamos com um cenário que mantém ou empurra os estudantes pobres para fora da universidade, enquanto milhões de reais do orçamento são devolvidos anualmente para o governo do estado.
A situação atual é crítica: dentre as nove cidades de Santa Catarina onde a UDESC possui centros de ensino, sete não possuem Restaurante Universitário e alguns centros não possuem nem mesmo lanchonete. Com um dos valores mais altos do país, a refeição no RU alcança o valor de R$10,89, isso sem oferecer café da manhã ou refeições aos finais de semana e nas férias, além das poucas vagas ofertadas pelo Programa de Auxílio Financeiro aos Estudantes para subsídio integral da alimentação. Nossa universidade não possui nenhuma moradia estudantil, mesmo tendo centros de ensino em cidades que possuem os aluguéis mais caros do estado e os metros quadrados mais caros do país, como Florianópolis, Balneário Camboriú e Joinville. Embora as últimas gestões tenham gasto cerca de R$80 milhões para comprar o prédio da Oi em frente ao Campus 1, empresa que deve ao estado de Santa Catarina, a gestão destinou o espaço para a própria reitoria ao invés de garantir moradia digna para parte do corpo discente.
O padrão majoritário de público elitizado e hostil ao povo trabalhador, pobre e negro catarinense que consegue permanecer e usufruir da universidade é usado pela própria reitoria como desculpa para se abster da garantia de políticas amplas de permanência. Essa argumentação oportunista e elitista há muito é apresentada, demonstrando a falta de comprometimento com a construção de uma universidade para o povo e não para as elites. Além disso, os estudantes não representam a única categoria que sente os impactos dessa política: há anos técnicos, servidores e professores sofrem com a falta de reajustes sobre o salário e vale alimentação.
O cenário de abandono de qualquer compromisso com a democratização do acesso à educação é acompanhado do desdém à democracia universitária, que na UDESC é quase inexistente. O padrão da condução da universidade é baseado na ação de uma reitoria que não respeita os espaços de decisão e as representações de diferentes setores da universidade, adotando medidas por meio de canetaços – a exemplo do retorno das aulas durante a pandemia – e até mesmo encerrando sessões do Conselho Universitário quando em desacordo com as discussões. A falta de democracia se mostra tão incrustada nas últimas gestões que foram inúmeras as vezes em que a polícia foi acionada e recebeu aval da reitoria para entrar na universidade e reprimir estudantes que realizavam atos contra as péssimas condições de permanência, a exemplo de setembro deste ano, quando a reitoria permitiu a entrada da tropa de choque para atuar contra estudantes que protestavam por um RU efetivamente acessível.
São infindáveis os problemas desta instituição fundada durante a ditadura militar e que recicla desde então o mesmo grupo político na sua gestão, dando continuidade a uma política que serve às elites catarinenses. Temos ciência que a UDESC, como importante instrumento de formação e manutenção dessas camadas dominantes, foi desde sua origem dirigida e coordenada por figuras que integram ou orbitam a maçonaria – sociedade secreta que congrega boa parte dos setores reacionários e conservadores locais que se aliam ao bloco de forças dominantes nacionalmente. Esta organização reacionária de ajuda mútua marca a história das instituições de ensino superior públicas catarinenses, e opera em nossa estadual um domínio pouquíssimo contestado. Na UDESC, seu comando semi-absoluto da gestão se viu poucas vezes emparedado pela força do Movimento Estudantil e de setores democráticos organizados.
Causar uma derrota à maçonaria e às classes dominantes catarinenses está na ordem do dia para a comunidade da UDESC, para dar sua contribuição à melhora das condições de luta do povo catarinense em geral. Disputar a estrutura e a administração desta universidade a partir de uma perspectiva popular é uma tarefa fundamental do movimento universitário que possui interesse em democratizar e tornar a UDESC uma trincheira de lutas para nosso povo avançar em conquistas significativas, na arte, ciência, tecnologia, cultura e afins. Por isso, a chapa 10 se apresenta como a melhor alternativa para os estudantes enquanto uma chapa de oposição à política que vem sendo tocada nas últimas décadas pela maçonaria na gestão da nossa universidade.
É preciso apontar que mesmo que a chapa 10 não defenda em seu programa um projeto de universidade popular, Fragalli e Clerilei fazem parte do grupo político que nos últimos anos tem combatido os retrocessos e os ataques sofridos pelas diferentes categorias e que também tem pautado avanços para estudantes, técnicos e professores. Pautas que historicamente são demandas estudantis são bandeiras da chapa, como a implementação de subsídio linear para baixar os preços dos RUs, a construção de Restaurantes Universitários e moradia estudantil em diferentes campi, além da ampliação do Programa de Permanência. Além disso, são pontos centrais a ampliação da democracia e da autonomia universitária, assim como a defesa de pautas de servidores, técnicos e professores voltadas para reverter as defasagens salariais e do vale alimentação.
Não devemos contar que uma gestão irá implementar as nossas reivindicações sem mobilização das diferentes categorias, mas uma reitoria que garanta a democracia no interior da universidade e que tenha interesse na ampliação da autonomia universitária nos dá mais espaço para lutar por uma UDESC verdadeiramente popular. Mais do que nunca é necessário eleger uma gestão que represente um avanço significativo para a comunidade da UDESC, para que enquanto movimento estudantil possamos construir lutas no interior da nossa universidade, avançando rumo a uma universidade popular!
Na defesa da UDESC e por mais direitos, vote chapa 10!